Indústria 4.0 exige novo perfil de profissional

A nova revolução industrial deve chegar ao Brasil em breve - e já faltam especialistas no mercado


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A nova revolução industrial está aí e faltam profissionais capacitados para lidar com ela. Presente nos Estados Unidos, França e Alemanha, a indústria 4.0, como vem sendo chamada, envolve automação, controle e tecnologia da informação. Significa que num futuro próximo tudo estará interligado. "O big data interliga todas as fases de consumo e da indústria", explica Ricardo Werner Arins, professor do curso de Automação Industrial do Centro Tecnológico Positivo.

Ele prevê que as novas tecnologias, responsáveis por "fábricas inteligentes" e pela mudança na indústria e consumo, devam afetar o mercado, em breve. Embora o Brasil ainda tenha dificuldades, principalmente na velocidade e qualidade na internet, a indústria 4.0 deve chegar num futuro próximo e já faltam especialistas no mercado. As máquinas não vão substituir o homem. Comparando com o século XVI, temos cada vez mais gente na indústria.

Existem hoje mais de 3 milhões de trabalhadores nas fábricas brasileiras. Os trabalhos manuais, do chão de fábrica, serão substituídos por mão de obra automatizada, mas isso vai gerar novas demandas. É preciso de talentos para lidar com elas. O caminho é que nos tornemos cada vez mais especialistas e isso gere empregos novos, principalmente na área de Automação Industrial?, pontua Werner.

Mas o que é a indústria 4.0? A indústria 4.0 representa a quarta revolução industrial, que modifica padrões de produção, trabalho e consumo, em todo o mundo. A primeira e mais conhecida historicamente, começou na Inglaterra, em 1700. Depois, foi com a adoção da energia elétrica e o petróleo, a partir de 1870. Em meados da década de 1940, após a Segunda Guerra Mundial, com o início da automação, deu-se a segunda revolução. "A diferença dos dias de hoje é a velocidade com que as mudanças estão acontecendo, num ritmo jamais visto", ressalta Werner.

O termo indústria 4.0 foi cunhado em um projeto de estratégias do governo alemão para a tecnologia e usado pela primeira vez em 2011. Uma das características do novo modelo é que a indústria terá uma produção em menor escala e de forma mais personalizada, numa época marcada pela conectividade dos aparelhos, comunicações móveis, redes sociais e inteligência artificial. "A mudança de comportamento do consumidor já pode ser percebida no Brasil e envolvem a colaboração, a sustentabilidade", afirma Werner.

Um estudo da KPMG, intitulado Global CEO Outlook, destaca que os próximos três anos trarão consigo uma transformação sem precedentes, e que serão muito mais decisivos para a evolução da economia do que os 50 anteriores. De acordo com o professor Werner, num futuro próximo, as empresas poderão criar redes inteligentes ao longo de toda cadeia produtiva. As "fábricas inteligentes" terão autonomia para prever falhas e se adaptar aos requisitos e mudanças não planejadas na produção.

No consumo, as empresas anteciparão as necessidades e desejos das pessoas, com base em informações coletadas nas mídias sociais.          

Fonte: Assessoria